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As 3 Dimensões Humanas e a busca pela Autorrealização

 

“As forças naturais que se encontram dentro de nós são as que realmente curam as nossas doenças”. (Hipócrates)

Olá, amigo leitor!

Hoje falaremos de três tesouros que não são externos a nós, mas sim encontram-se em nosso interior.

Estes três tesouros são a harmonia entre pensamentos, sentimentos e ações.

Os três mundos ou dimensões humanas que nos falavam os gregos são: Noûs, Psiquê e Soma, ou seja, a Tríplice Constituição Humana. Vejamos:

Estas três dimensões devem viver plena e harmonicamente dentro de nós, sendo necessário, não somente serem bem nutridas, mas estarem em harmonia entre si, pois, quando estão desarmonizadas, isto é, com os pensamentos que vão para um lado, os sentimentos para outro e as ações para outro, não estaremos em harmonia, mas num conflito e tensão permanentes que nos vão quebrando e produzindo na alma e no corpo várias enfermidades.

Considerando que o Homem é uma unidade composta por três partes diferentes, mas interrelacionadas e cada uma com as suas necessidades específicas de realização, que devemos satisfazer para uma plena autorrealização; a saúde, então, seria essa autorrealização integral e a enfermidade um déficit neste alcance. Abraham Maslow disserta no mesmo sentido.

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O Rosário de Mantra Umbandista ou Japamala

O Rosário de Mantra Umbandista ou Japamala é composto por 78 contas e o “meru”, conta central que marca o início e o fim do rosário. A palavra japamala vem do sânscrito onde “jap” significa “murmurar, sussurrar” e “mala” quer dizer “cordão, colar”. Podem ser confeccionados de diversos materiais e decorado de inúmeras formas. Essas 78 contas encerram os mistérios do Taroth e do sistema evolutivo do Espírito, do Homem e da Natureza. Os japamalas são confeccionados com materiais naturais de alta qualidade capazes de absorver a energia das práticas devocionais e pirografados com os sinais Sagrados que promovem a canalização de energias positivas.

Você pode adquirir um Japamala correspondente ao seu Orixá de nascimento, os tão conhecidos e falados anjos de guarda. A prática devocional com este japamala promoverá uma maior ligação e sintonia com seu anjo de guarda, ocasionando fortalecimento e positivação de seu aura, bem-estar e saúde. É muito importante para a manutenção do aura e das forças vitais estar em sintonia com as vibrações de seu Orixá de nascimento que é o anjo de guarda.

Para descobrir qual seu anjo da guarda (Orixá de nascimento) basta observar a tabela abaixo:

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Umbanda – uma religião brasileira

Revelada nos princípios da história humana, a primeira tradição retorna rumo à síntese do conhecimento

Muitas pessoas, acreditamos nós, por total desconhecimento dos aspectos mais profundos da Umbanda cismam em dizer que ela se trata, tal e qual o Candomblé, de uma religião oriunda da África e nada mais além disso; outros dizem ser a Umbanda uma mistura desconexa de religiões, alguns achando que podem abarcá-la como mero apêndice de um outro sistema ou dogma, olhando-a como se esta fosse a pequena ignorante que precisa ser doutrinada. Ao irmão de fé que ora me lê nessas linhas, peço que redobre sua atenção e abra sua mente, procurando dentro da lógica e do bom senso, raciocinar comigo a respeito da brasilidade e da ancestralidade da Umbanda como religião, ciência, arte e filosofia.

Primeiramente direi aos que acreditam ser a Umbanda de origem africana que, até o presente momento, NÃO EXISTE nenhum sistema religioso, culto ou seita conhecida, praticada por aquelas plagas com o nome de Umbanda, ou mesmo Kimbanda encontrado, estudado e divulgado a todos pela Comunidade Científica; essa ausência de uma corrente religiosa que se assemelhasse a ela nas terras africanas já havia sido constatada e divulgada pelo Mestre Matta e Silva em suas obras sobre o assunto. Para que se confirme essa afirmativa basta que o leitor procure ler as próprias obras de Matta W. W. e Silva bem como também outros autores como Nina Rodrigues, João do Rio, Manoel Quirino, Roger Batisde ou Donald Pierson, pesquisadores de nome e antigos o bastante para encontrarem os cultos africanos ainda em sua pureza visto que as obras de Nina Rodrigues, o mais antigo desses autores,  – “Os africanos no Brasil” e “L’ Animisme Fetichiste de Negres de Bahia”datam respectivamente de 1894 e 1900. Ora, é óbvio que estes pesquisadores encontrariam a palavra Umbanda, ou mesmo alguma variação dela, dentro destes Cultos de Nação africana e não deixariam de registrá-la, uma vez que se trata de um termo ligado a processos religiosos e que jamais passariam em branco por um pesquisador zeloso.

Em segundo lugar direi aos que acham ser a Umbanda uma mistura desconexa de várias religiões e que por ser humilde deve ser “doutrinada”, o seguinte: a Umbanda parece ser uma mistura de religiões exatamente por ser ela a origem primeira e a causa de TODAS AS OUTRAS CORRENTES FILO-RELIGIOSAS DO PLANETA, ou seja, tal qual uma espiral, todas as correntes religiosas, científicas, artísticas e filosóficas convergem para um único ponto e este ponto é a Umbanda, que, escoimando o joio do trigo, a verdade da impostura, vai traduzindo o que cada uma destas correntes tem de melhor no intuito de realizar a síntese maior do conhecimento humano – o AUM BHAN DHAN.

Analisemos juntos, com a lógica e a razão, a incontestabilidade destes fatos. Para tanto, retornaremos no tempo até a época em que a terra ainda se encontrava debaixo de tempestades terríveis e ainda não havia nenhuma forma de vida complexa nos mares do planeta. Apenas os primeiros protozoários e algas microscópicas eram os habitantes do globo, fruto já de inúmeras combinações químicas e físicas que a atmosfera carregada eletricamente potencializava, gerando no oceano os primeiros habitantes de nossa casa planetária. Após muito tempo de  tempestades, as primeiras porções de terra firme se elevaram do oceano dando condição de os primeiros seres saírem dos mares e pântanos e evoluírem na direção dos animais superiores. Não cabe aqui explicar pormenores da biologia ou da evolução das espécies. Lançarei apenas uma pergunta ao leitor atento que poderá pesquisar a respeito: Qual a porção de terra do planeta que é considerada a mais antiga e por isso a mais firme, isenta de terremotos, vulcões e outros cataclismas ? sim meu caro leitor, é esta mesmo onde agora pisas, o Brasil, mais especificamente o Planalto Central Brasileiro, dito por muitos como o “Coração do Mundo”.

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A Capoeira e seus Aspectos Religiosos

Falar de Capoeira é falar de uma luta que se dança e que expressa movimentos que de alegoria nada tem.

No decorrer da história da nossa humanidade podemos encontrar momentos em que o “muro infinito” que separa as realidades inexistia e o homem possuía claro contato e entendimento dos mistérios que o envolvia até que em dado momento, movido pelo orgulho e por outros sentimentos negativos, o homem acaba trazendo para si as vantagens de seus conhecimentos esquecendo os reais objetivos e valores do Sagrado; dado o feito se criaram as ciências ocultas como forma de preservar o conhecimento original, ciências essas nas quais várias religiões beberam, e bebem, se mantendo assim até hoje. A música, a dança, as pinturas, as cantigas, são codificações do Sagrado e nessa perspectiva a capoeira também é uma codificação, ou para alguns decodificação, do Sagrado que se manifesta através do movimento, do som, e também da luz já que se analisarmos os princípios básicos da criação do universo veremos que luz, som e movimento são reações conjuntas sendo que dentro da capoeira a luz estaria presente na honra, na ética e na seriedade com as quais a capoeira se expressa.

A Capoeira tendo nas origens de seu surgimento a cultura afro-brasileira, além de outros elementos que a compõe, possui a religiosidade como um dos pilares de sua base. Aqui vamos nos ater nos pontos de contato da Capoeira com os terreiros considerando-se as práticas religiosas existentes hoje no Brasil, do Candomblé á Umbanda.

Na prática da Capoeira destaca-se a musicalidade por meio dos cantos, das ladainhas e dos instrumentos conhecidos como o berimbau, atabaque e pandeiro, tocando em harmonia para marcar o ritmo do jogo demonstrando estreita relação com aspectos religiosos afro-brasileiros. Nos terreiros de fundamento, nos ensina a tradição, encontramos o trio de atabaques, Rum, Rumpi e Lê, tocando em harmonia, cada um ao seu toque específico mas todos numa comunhão de significados.

Infelizmente alguns grupos de Capoeira moderna perderam esta harmonia na qual o berimbau, o atabaque e o pandeiro deveriam, cada qual em suas variações, formar uma melodia perfeitamente encaixada, que se traduziria em uma musicalidade formada de sons estéreos.

É muito comum hoje observarmos os três instrumentos da Capoeira tocando de forma igual, o canto fora de tom e o jogo num passo totalmente fora do ritmo. Se avançarmos mais um pouco para algumas tradições da nossa Umbanda também poderemos chegar a um paralelo no qual vemos os cursos de curimba ensinando que os três atabaques devem soar em tons iguais e no mesmo ritmo. Neste ponto já podemos formar um paralelo com os toques de Nação que se encaixam em um só; ritmos que, apresentados em suas variações, constituem a essência do toque, canto e dança. Continuar lendo

A Umbanda e o Sincretismo Religioso

Quando a diversidade de costumes, crenças e tradições de diferentes povos foi trazida ao Brasil, deu origem ao que hoje conhecemos como a cultura brasileira, mesclada e diversificada.

Essa mistura se reflete nas diferentes áreas da tradição de nosso povo, mas neste texto, será dada maior atenção ao que chamamos de Sincretismo Religioso.

O que é o sincretismo religioso?

Quando os povos negros foram trazidos da África pelos navios portugueses carregaram consigo sua própria cultura e tradição que, durante o cativeiro nesta terra que lhes era estranha, acabaram por mesclar-se e confundir-se com a cultura dos nativos que aqui viviam e posteriormente com a religiosidade dos próprios colonizadores.

Três eram os grandes grupos etnolinguísticos forçadamente trazidos às terras conquistadas por Portugal: os Bantu (majoritariamente oriundos de Angola e Congo), os Nagôs (Togo e Benim) e os Jeje em menor número (também Benim, antigo reino conhecido como Daomé). Cada um desses grupos etnolinguísticos eram formados por diferentes povos que possuíam crenças muito parecidas. Na verdade, as três grandes nações possuíam divindades interessantemente semelhantes e esse pode ser um dos motivos pelos quais estas foram, não sincretizadas propriamente falando, mas assemelhadas.

Citaremos os diferentes tipos de divindades relativas aos credos de cada nação:

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O Caminho da Iniciação na Umbanda

O Templo da Estrela Verde – T.E.V. conduzido pelo Mestre Raiz Obashanan(William Oliveira) entende a Iniciação como sendo o meio mais rápido do Homem ir em busca da Realidade (Espírito). Entendemos como realidade absoluta o espírito eterno e atemporal, a origem de tudo. A Iniciação, e todos os rituais pertinentes a ela, visa despertar a consciência e, gradativamente, fazer o indivíduo encontrar sua essência (espírito), através do Orixá Ancestral que o coordena.

Muitos Irmãos de Fé podem questionar se estamos inferindo que o processo de evolução só existe dentro dos Templos Umbandistas Iniciáticos (Umbanda Esotérica), para esses respondemos que NÃO. Toda Humanidade evolui e está em franco processo de amadurecimento espiritual, ainda que de forma rudimentar, pois é fato indiscutível que os homens da atualidade encontram-se distanciados dos valores espirituais e por esse motivo a evolução tende a ocorrer de forma mais lenta. Dedicar a vida apenas e diretamente às coisas passageiras, transitórias, os leva às superficialidades e alienação dos valores espirituais, ou seja, NASCEM, CRESCEM E MORREM de maneira automática vivendo na expectativa apenas de satisfazer seus desejos materiais armazenando bens perecíveis que não os levarão para outras instâncias. Ao contrário dos homens ordinários (consideramos homens ordinários aqueles que vivem de forma automática), o iniciado vive de forma consciente abdicando de valores mundanos e apegos que escravizam o Espírito; de forma mnemônica podemos ver este aspecto sendo representado na figura dos Pretos Velhos Escravos, fazendo o indivíduo lembrar-se da escravidão do Espírito Preso à Matéria, escravidão essa que deve ser abolida para que o espirito livre dos desejos materiais possa alçar voos sempre maiores em busca da liberdade real. Grandes Homens tentaram levar ao homem o entendimento de sua ORIGEM (inicio) e para isto romperam as barreiras do Templo Físico para adentrar no Grande Templo Planetário e Cósmico, resgatando a Universalidade do Homem e do Conhecimento. Poderíamos citar: Hermes, Jesus, Moisés, Rama, Krishna, Buda, LaoTsé, Yurupari, Pítagoras, entre outros; Todos esses entendiam que o conhecimento é único sendo que quem o diferencia são as humanas criaturas que lhe marca, ou o expressa, com suas características regionais e de acordo com seu grau de entendimento.

Assim, o Templo da Estrela Verde está de comum acordo com as palavras do Grão Mestre W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani), quando o mesmo fala: ‘’Umbanda é a Lei Mater que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral e o Mundo Natural” e continua dizendo “devemos respeitar todos os graus de entendimento das humanas criaturas’’.

Para compreender o caminho iniciático é necessário entender que a Iniciação possui graus de aprofundamento diferentes e por essa razão teremos Iniciados em vários níveis que vão desde o superficial até o essencial, no entanto, a fase inicial pela qual passam os aspirantes á Iniciação são basicamente as mesmas diferindo pouco de uma pessoa para outra já que o domínio e “Morte do EGO’’ constitui-se um dos principais (se não o principal) objetivo da caminhada iniciática de modo geral. Assim temos que para ser iniciado não basta simplesmente bater a porta do Templo, é preciso muito mais; é necessário que demonstre ter condições de ultrapassá-la, afinal, a Iniciação só é dada para aqueles que estão karmicamente afeitos a ela e estando deverão conquistá-la com o preço de sua busca e encontro pessoal. Essa conquista, bem o sabemos, é delicada até mesmo em sua concepção por parte do aspirante á Iniciação, afinal, nada seria mais lógico para o aspirante do que desejar voar para a condição de Iniciado sem grandes esforços; Assim poderíamos traçar aqui como se desenrola normalmente os primeiros passos do aspirante para que se possa ter uma noção do quão delicado, mas importante, é o caminho da Iniciação.

 

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Anjo da Guarda na Umbanda

Anjo da Guarda
Luz do meu dia
Mandai sua Estrela
Firmai minha guia

Olá amigos e amigas,
os tão conhecidos e falados anjos da guarda são compreendidos pela Umbanda como sendo o Orixá de nascimento da pessoa. É fácil descobrir qual seu anjo da guarda através da relação de Orixás e signos, vejamos:

Signo – Anjo da Guarda (Orixá)

Leão – Oxalá

Áries e Escorpião – Ogum

Touro e Libra – Oxossi

Sagitário e Peixes – Xangô

Capricórnio e Aquário – Yorimá

Virgem e Gêmeos – Yori

Câncer – Yemanjá

É muito importante para a manutenção do aura e das forças vitais da pessoa estar em sintonia com as vibrações de seu Orixá de nascimento ou anjo de guarda. Para isso, várias práticas podem e devem ser adotadas, tais como:

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Ayan (Ayom) e Sarasvati

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Olá amigos e amigas! Hoje falaremos um pouco sobre AYAN e SARASVATI. Ayan é a divindade da música, do canto, da dança e da poesia, ou seja, das artes. Ayan é a Senhora do dia branco e da vida, é uma divindade da harmonia e da felicidade.  Trata-se de um Orixá funfun, ou seja, um Orixá branco, que traduz a pureza, a felicidade, a harmonia, o equilíbrio, o conhecimento… Os maiores sacerdotes de Ayan, assim como os de Ifá, são reconhecidos pelas orações e pelos cânticos que conhecem. Vale ressaltar que, toda e qualquer relação com Orixá ou com uma Divindade passa, principalmente, pela bondade e pela concórdia.

Sarasvati é a deusa hindu da sabedoria, das artes e da música. É descrita como uma deusa de extrema beleza, de pele branca como o leite e tocando sitar. Veste um saree branco e imaculado  e está sentada sobre um lótus branco, que represena a busca pela Luz do Conhecimento. A cor branca da deusa traduz seu caráter impecável e imaculado. Assim como Ayan, Sarasvati traduz a pureza, a felicidade, a harmonia, o equilíbrio, o conhecimento…

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Os Orixás e as Divindades Orientais

 

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 Olá amigos e amigas! Como já dizia Matta e Silva a Umbanda ressurgiu aqui no Brasil, seu marco oficial é Zélio Fernandino de Morais. Aqui, estamos falando da Umbanda quanto movimento e também de seus aspectos exotéricos. Gostaríamos de esclarecer ao amigo leitor que, a Umbanda, já nasceu ou ressurgiu com todos os símbolos que nela encontramos hoje, nas mais diferentes escolas e sistemáticas de ritualização e, por isso, a Umbanda não é uma religião sincrética, pois imagens de santos, orixás, tambores, símbolos de matizes indígenas e orientais sempre estiveram dentro dos ritos Umbandistas desde seu ressurgimento no Brasil, tudo muito bem alinhado e coerente.

É necessário que o leitor amigo compreenda que o sincretismo surgiu da necessidade de aproximar religiõesogum divergentes e que não se comunicavam entre si. Daí, por exemplo, o Candomblé encontrou meios de se fazer entender através do sincretismo com os símbolos católicos. O leitor amigo sabe que o Orixá Ogum é sincretizado com São Jorge. Isso não quer dizer que Ogum é São Jorge; essa relação, em seu aspecto mais externo, foi feita para demonstrar características do Orixá Ogum que são comuns às de São Jorge e, assim, promover, aqui no Brasil, uma identificação, ou seja, a capacidade do povo daqui entender e se ligar ao sagrado através da correspondência entre algo que não conseguia entender (o Orixá Ogum) e algo que lhe era conhecido e despertava a sua fé (São Jorge).

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SADHANA – A Meditação como Prática para atingir a Iluminação: uma visão Umbandista – Parte 1

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O termo sânscrito sadhana — derivado de sadh, chegar ao objetivo — pode ser traduzido como meio de se realizar. No Budismo, as sadhanas são textos litúrgicos para a prática de meditação, desde a visualização das divindades meditacionais até a dissolução final, em meditação não-conceitual. Para praticar uma sadhana, é essencial que se procure um professor qualificado de quem se possa receber as iniciações e ensinamentos orais.

Aqui, trataremos sobre esta prática sob a ótica Umbandista, de acordo com os ensinamentos de nossa Escola.

As sadhanas são geralmente divididas em três etapas:

  1. No Estágio Preliminar (sânsc. purvagama), toma-se o refúgio Vajrayana e se desenvolve a bodhichitta, a mente que aspira alcançar a iluminação para trazer benefícios a todos.

Dentro na nossa Escola, aprendemos que este primeiro estágio é um estágio de preparação. É fato que o Ser Humano vai acumulando dentro de si pensamentos, sentimentos, frustações, situações mal resolvidas, questões mal elaboradas, dentre outros…

Deste modo, este primeiro estágio, é extremamente importante, pois o praticante estará deixando todos esses pensamentos e sentimentos fluírem, ou seja, eles passarão por sua cabeça e seu coração e vão sendo liberados. Tenha a consciência de que você quer se livrar de tudo isso… De toda essa atribulação…

Neste primeiro estágio, o praticante senta-se em local adequado e confortável e deixa a mente viajar, não bloqueia nenhum pensamento ou sentimento que afloram. É importante que eles fluam. Isso vai efetuando uma espécie de limpeza interna, pois o praticante vai “esgotando” todos esses pensamentos e sentimentos que vão se acumulando dentro de si no decorrer de sua vida…

Toda sorte de pensamentos e sentimentos aflorarão, não brigue com nenhum deles, não ignore-os, não tente guarda-los novamente evitando encará-los. Faça as pazes com tudo isso e se liberte de tudo… Conseguindo isso, perceberá que nada disso o incomodará mais.

Você está caminhando dentro deste primeiro e importante estágio, voltando os olhos para si mesmo, se reconhecendo e se conhecendo. Fazendo as pazes com tudo aquilo que, mesmo inconscientemente, o incomoda. Que o impede de voltar sua atenção e sua concentração para outras coisas. Lembre-se: Conhece-te a ti mesmo e conhecereis o universo e os deuses.

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