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Medo e Desejo e o Simbolismo da Cruz


Muitos são os motivos que levam alguém a buscar um caminho espiritual, um caminho no qual se pretende ir ao encontro do divino. Dentre esses vários motivos, temos o da pessoa que busca o autoconhecimento, daquela pessoa que busca reconhecer-se como parte de um todo maior e identificar qual o seu local, qual o seu papel nisso tudo.

É um momento de incertezas e de alegrias, pois, se por um lado temos consciência de que no caminho do autoconhecimento lidaremos com tudo o que é obscuro dentro de nós – e isso pode assustar bastante -; por outro lado temos a alegria de presenciar a maneira como as pessoas que percorreram com sucesso essa jornada se portam diante da vida – sendo isso verdadeiro alento e inspiração para os iniciantes nesse caminho de redescoberta de si mesmo.

Nessa jornada iniciática (busca da sabedoria aplicada em favor da humanidade) tem-se a compreensão de um dos vários simbolismos da “cruz”- e aqui utilizarei um deles relacionado ao objetivo do texto – como um dos primeiros e grandes desafios.

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O Fogo do Exu

 

Ouvi certa vez por Exu Sr…

O fogo tem três propriedades fundamentais na Umbanda: a de iluminar e aquecer, para os amigos; a de alertar e avisar, para os incautos; e, quiçá, a menos empregada, mas às vezes necessária, é de fulminar e destruir, para os opositores.

Muitos de nós pensa, que são apenas os inimigos externos – os outros -, que serão aniquilados, mas há um grande equívoco aí: os maiores males e imperfeições que Exu vem destruir residem justamente em nosso interior, tudo aquilo que nos impede, potencialmente, de alcançarmos a SABEDORIA na mente, através da ilusão, do erro, da confusão; de alcançarmos a BONDADE no coração, através da tristeza, do ódio, da negação ao bem; de alcançarmos a ATIVIDADE no corpo, através de toda a sorte de prisões como automatismos, condicionamentos, preconceitos. Tudo isso Exu considera nocivo e extirpador de qualquer atividade saudável nos 3 organismos básicos do ser humano (mente, coração e corpo).

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TARÔ: uma visão esotérica

arcano 1 O MAGOArcano 1 – O MAGO

Olá amigos leitores, o intuito do presente estudo é levantar alguns véus acerca do estudo profundo do Tarô. O intuito é incentivar o amigo leitor e estudioso a buscar mais profundamente os ensinamentos velados nessas cartas…

 Todos sabemos que o Tarô é composto por um conjunto de 78 cartas. É aceito, pela maioria dos estudiosos que este conjunto de cartas se dividem em Arcanos Maiores e Arcanos Menores da seguinte forma: 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores…

No entanto, de acordo com nossos estudos entendemos que esta divisão se trata de um equívoco, pois os Arcanos Maiores não são 22, mas sim os Arcanos Principais do Tarô…

Estas 78 cartas são divididas da seguinte forma: 21 Arcanos Maiores e 57 Arcanos Menores. Vejamos:

78 = 7+8 = 15 = 1+ 5 = 6

21 = 2 + 1 = 3

57 = 5 + 7 = 12 = 1 + 2 = 3

Ou seja, a soma dos Arcanos Maiores é igual a 3 (o triângulo para cima) e a soma dos Arcanos Menores também é 3 (o triângulo para baixo) que, juntos formam a estrela de seis pontas (a soma do número 78 = 7+8 = 15 = 1+ 5 = 6 que é o total de cartas).

Ademais temos 21 Maiores e 57 Menores (57 = 5 + 7 = 12), ou seja, temos 21 e 12.

21 e 12 somados é 33 (a idade do Cristo Jesus, quando foi crucificado, nota-se então que estes arcanos encerram um mistério muito profundo acerca da vida, da criação, da transformação…)

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O Oráculo de Biage II

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Estendendo nossos ensaios sobre o Oráculo, pouco conhecido, como Biage-Ifá e sua aplicação mágico oracular através de um cabalismo profundo encontrado nas Religiões Afro-Brasileiras, lembro que o Biage-Ifá é somente a ponta de um iceberg de conhecimento encontrado nas águas límpidas do saber da Tradição Antiga. O conhecimento sobre Ifá é muito maior do que possamos imaginar. Naquilo que há de mais essencial, Ifá nos traz a contemplação dos mistérios que deram origem ao Universo e a toda existência. Lembro um dos mitos de Ifá, que conta como Orunmilá ganhou o título de èlérí ípín (Testemunha do Destino). O mito conta – me membro concisamente – que Orunmilá contemplou a sabedoria dos Odus e viu o destino de todos os seres, Orunmilá viu o destino de Olodumare, e viu o pai de Olodumare, e viu que o pai de Olodumare era (…) a partir de então seus olhos se cegaram. Ainda um mito simples como esse, vela mistérios profundos sobre a origem da existência e ainda outras coisas que estão fora da nossa capacidade de penetração.

O Biage-Ifá é o que existe de mais básico na Tradição Oracular Antiga. Na verdade, toda metodologia oracular africana (e não só africana, vide I-Ching, “Talhos na Areia” e Geomancia Europeia) tem como base as características originais do Biage-Ifá: os quatro elementos (Ar, Fogo, Água e Terra) mais o Éter, que é a origem de todos eles. Aprofundando um pouco mais, relembro que o Biage-Ifá é consultado usando-se 4 objetos (búzios ou cocos), tendo 5 variáveis (ou caídas) como resultantes de suas combinações entre objetos abertos e fechados, são elas:

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