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Tao Te Ching

Fama ou ego: quem é mais querido?

Ego ou riqueza: que é mais valioso?
Benefício ou perda: que é mais doloroso?

Uma grande virtude se expõe a um grande desgaste,
Uma grande riqueza se expõe a um grande roubo,
Mas uma grande contenção não se expõe a nenhuma perda.

Assim, aquele que sabe quando deter-se não continua até o perigo, e pode resistir muito tempo.

A busca pelo crescimento pessoal não deve prescindir à parcimônia, ao bom senso, à busca pelo equilíbrio das coisas. Às vezes o ser humano concentra força excessiva em questões puramente materiais e transitórias, como fama, riqueza, reconhecimentos…

Buscar o crescimento espiritual não é abrir mão dos benefícios e confortos da vida moderna mas, sim, entender que com relação às coisas materiais, nós é que temos que possuí-las e não elas a nós. A busca desenfreada e desmedida por um modelo ou ideal de vida, muitas vezes trás o sofrimento. Principalmente, quando nosso objetivo fica distante ou é algo inatingível.

O mundo material é importante, assim como o mundo espiritual. Nirvana e Samsara ou Céu eTerra, são a mesma coisa. O importante é encontrar o equilíbrio das coisas.

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A expansão certamente encontrará resistência e ferimento

Olá amigos e amigas! “A expansão certamente encontrará resistência e ferimento”, é o que nos diz o Hexagrama MING do I-Ching.

Para superar esse momento nos é aconselhado que: “Durante a adversidade é favorável manter-se perseverante”.

Todo aquele que trilha o caminho do despertar espiritual encontrará resistência e, não se engane, o pior inimigo é o inimigo interior. A grande dificuldade reside em reconhecer a necessidade de mudança e, em seguida, encarar o trabalho necessário para promover a mudança de padrões de pensamentos, mudanças comportamentais e de postura, a mudança de consciência… Alcançar a Estrela e renascer para o mundo espiritual requer paciência, empenho e equilíbrio. Deve-se procurar manter o foco e ser perseverante na caminhada, o que não é fácil, pois, normalmente, a pessoa que se encontra em uma situação atribulada pode estar tão desequilibrada pelo assédio dos ‘monstros interiores’ que não consegue vislumbrar algo diferente e melhor do que aquilo que está vivendo no momento. A grande dificuldade é superar o Orgulho e ter a Humildade de procurar ajuda, conselhos e orientação e segui-los. É difícil compreender e aceitar que o Astral Superior sabe e enxerga muito mais do que nós.

Em meio a esse turbilhão de pensamentos e sentimentos a pessoa acaba por entender (ou decidir) que para que as coisas melhorem é necessário uma mudança radical e, não raras as vezes, essa mudança radical está ligada ao rompimento com sua vivência espiritual para mergulhar de cabeça na satisfação sensorial e nos prazeres terrenos… Trata-se de um verdadeiro mergulho na ilusão! A pessoa não sabe lidar com a dualidade Espírito x Matéria e fica presa nesse conflito acreditando que deve escolher um em detrimento de outro ou, até mesmo, acaba escolhendo o caminho mais fácil e prazeroso e que requer menos esforço… É muito mais fácil abrir mão do crescimento e do aprimoramento espiritual do que encarar as feras interiores…

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O Criativo promove sublime sucesso, favorecendo através da perseverança

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O I-Ching, em seus primeiros trigramas sintetiza importantes aspectos da Tradição do Aumbandan. A sentença acima está relacionada ao primeiro trigrama CH’IEN (o Céu; o Criativo). Este trigrama pode ser relacionado a Orixalá, dentro dos ensinamentos esotéricos de Umbanda. E, dentro da correspondência do jogos Oraculares está relacionado ao Odu Ogbe Meji do Opon-Ifá.

O trigrama traz um interessante atributo que é o poder do tempo e o poder de persistir no tempo, ou seja, a duração.

Aqueles que buscam o caminho da espiritualidade e da iluminação devem possuir a capacidade de persistir no tempo. Persistir é buscar uma vida sem sofrimento (o seu próprio e o do outro). Persistir é continuar apesar de quaisquer adversidades, pois tudo é transitório…

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O Oráculo de Biage II

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Estendendo nossos ensaios sobre o Oráculo, pouco conhecido, como Biage-Ifá e sua aplicação mágico oracular através de um cabalismo profundo encontrado nas Religiões Afro-Brasileiras, lembro que o Biage-Ifá é somente a ponta de um iceberg de conhecimento encontrado nas águas límpidas do saber da Tradição Antiga. O conhecimento sobre Ifá é muito maior do que possamos imaginar. Naquilo que há de mais essencial, Ifá nos traz a contemplação dos mistérios que deram origem ao Universo e a toda existência. Lembro um dos mitos de Ifá, que conta como Orunmilá ganhou o título de èlérí ípín (Testemunha do Destino). O mito conta – me membro concisamente – que Orunmilá contemplou a sabedoria dos Odus e viu o destino de todos os seres, Orunmilá viu o destino de Olodumare, e viu o pai de Olodumare, e viu que o pai de Olodumare era (…) a partir de então seus olhos se cegaram. Ainda um mito simples como esse, vela mistérios profundos sobre a origem da existência e ainda outras coisas que estão fora da nossa capacidade de penetração.

O Biage-Ifá é o que existe de mais básico na Tradição Oracular Antiga. Na verdade, toda metodologia oracular africana (e não só africana, vide I-Ching, “Talhos na Areia” e Geomancia Europeia) tem como base as características originais do Biage-Ifá: os quatro elementos (Ar, Fogo, Água e Terra) mais o Éter, que é a origem de todos eles. Aprofundando um pouco mais, relembro que o Biage-Ifá é consultado usando-se 4 objetos (búzios ou cocos), tendo 5 variáveis (ou caídas) como resultantes de suas combinações entre objetos abertos e fechados, são elas:

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Arquétipos, Genótipo, Fenótipo, Estereótipo, Mitos e Oráculos: estudo preliminar

Neste estudo procuraremos de forma sucinta e objetiva mostrar a relação existente entre: arquétipo, genótipo, fenótipo, estereótipo, mitos e oráculos. Tratando também da importância dos mitos em nossas vidas.

Iniciamos o presente estudo apresentando a definição dos termos centrais deste estudo para assim desenvolvermos nosso raciocínio.

Vejamos:

arquétipo
ar.qué.ti.po
sm (gr arkhétypon) 1 Modelo dos seres criados. 2 O que serve de modelo ou exemplo, em estudos comparativos; protótipo.

O termo “genótipo[1] (do grego genos, originar, provir, e typos, característica) refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos nos referindo ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é homozigota dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente.

O termo “fenótipo[2] (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) é empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação.

Entre as características fenotípicas visíveis, podemos citar a cor de uma flor, a cor dos olhos de uma pessoa, a textura do cabelo, a cor do pelo de um animal, etc. Já o tipo sanguíneo e a sequência de aminoácidos de uma proteína são características fenotípicas revelada apenas mediante testes especiais.

O fenótipo de um indivíduo sofre transformações com o passar do tempo. Por exemplo, à medida que envelhecemos o nosso corpo se modifica. Fatores ambientais também podem alterar o fenótipo: se ficarmos expostos à luz do sol, nossa pele escurecerá.

estereótipo

es-te-re-ó-ti-po

s. m.

Comportamento desprovido de originalidade e de adequação à situação presente, e caracterizado pela repetição automática de um modelo anterior, anônimo ou impessoal.
Art. gráf. fôrma de impressão em que os caracteres estão fixos e estáveis; clichê, matriz.m.

Impressão ou obra impressa numa prancha de caracteres fixos.

À luz dos seguintes conceitos podemos dizer, de maneira bem simples e que facilite o entendimento que arquétipos são “formas ou moldes” (como formas de bolo ou moldes (o bolo fica no formato de sua forma ou no formato de seu molde). Estes moldes primordiais são os instrumentos da criação e de tudo o que existe no Plano Material.

Ocorre que, em dado momento, o Espírito, que era uno, teve a necessidade de manifestar-se e essa manifestação se dá através do plano material. Antes de prosseguirmos com o assunto gostaria de fazer um parêntese aqui para transcrever um cântico que remete a este momento, que é o momento da queda do espírito, o momento em que o espírito passa a ter existência na matéria:

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