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Medo e Desejo e o Simbolismo da Cruz


Muitos são os motivos que levam alguém a buscar um caminho espiritual, um caminho no qual se pretende ir ao encontro do divino. Dentre esses vários motivos, temos o da pessoa que busca o autoconhecimento, daquela pessoa que busca reconhecer-se como parte de um todo maior e identificar qual o seu local, qual o seu papel nisso tudo.

É um momento de incertezas e de alegrias, pois, se por um lado temos consciência de que no caminho do autoconhecimento lidaremos com tudo o que é obscuro dentro de nós – e isso pode assustar bastante -; por outro lado temos a alegria de presenciar a maneira como as pessoas que percorreram com sucesso essa jornada se portam diante da vida – sendo isso verdadeiro alento e inspiração para os iniciantes nesse caminho de redescoberta de si mesmo.

Nessa jornada iniciática (busca da sabedoria aplicada em favor da humanidade) tem-se a compreensão de um dos vários simbolismos da “cruz”- e aqui utilizarei um deles relacionado ao objetivo do texto – como um dos primeiros e grandes desafios.

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O Caminho da Iniciação na Umbanda

O Templo da Estrela Verde – T.E.V. conduzido pelo Mestre Raiz Obashanan(William Oliveira) entende a Iniciação como sendo o meio mais rápido do Homem ir em busca da Realidade (Espírito). Entendemos como realidade absoluta o espírito eterno e atemporal, a origem de tudo. A Iniciação, e todos os rituais pertinentes a ela, visa despertar a consciência e, gradativamente, fazer o indivíduo encontrar sua essência (espírito), através do Orixá Ancestral que o coordena.

Muitos Irmãos de Fé podem questionar se estamos inferindo que o processo de evolução só existe dentro dos Templos Umbandistas Iniciáticos (Umbanda Esotérica), para esses respondemos que NÃO. Toda Humanidade evolui e está em franco processo de amadurecimento espiritual, ainda que de forma rudimentar, pois é fato indiscutível que os homens da atualidade encontram-se distanciados dos valores espirituais e por esse motivo a evolução tende a ocorrer de forma mais lenta. Dedicar a vida apenas e diretamente às coisas passageiras, transitórias, os leva às superficialidades e alienação dos valores espirituais, ou seja, NASCEM, CRESCEM E MORREM de maneira automática vivendo na expectativa apenas de satisfazer seus desejos materiais armazenando bens perecíveis que não os levarão para outras instâncias. Ao contrário dos homens ordinários (consideramos homens ordinários aqueles que vivem de forma automática), o iniciado vive de forma consciente abdicando de valores mundanos e apegos que escravizam o Espírito; de forma mnemônica podemos ver este aspecto sendo representado na figura dos Pretos Velhos Escravos, fazendo o indivíduo lembrar-se da escravidão do Espírito Preso à Matéria, escravidão essa que deve ser abolida para que o espirito livre dos desejos materiais possa alçar voos sempre maiores em busca da liberdade real. Grandes Homens tentaram levar ao homem o entendimento de sua ORIGEM (inicio) e para isto romperam as barreiras do Templo Físico para adentrar no Grande Templo Planetário e Cósmico, resgatando a Universalidade do Homem e do Conhecimento. Poderíamos citar: Hermes, Jesus, Moisés, Rama, Krishna, Buda, LaoTsé, Yurupari, Pítagoras, entre outros; Todos esses entendiam que o conhecimento é único sendo que quem o diferencia são as humanas criaturas que lhe marca, ou o expressa, com suas características regionais e de acordo com seu grau de entendimento.

Assim, o Templo da Estrela Verde está de comum acordo com as palavras do Grão Mestre W. W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani), quando o mesmo fala: ‘’Umbanda é a Lei Mater que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral e o Mundo Natural” e continua dizendo “devemos respeitar todos os graus de entendimento das humanas criaturas’’.

Para compreender o caminho iniciático é necessário entender que a Iniciação possui graus de aprofundamento diferentes e por essa razão teremos Iniciados em vários níveis que vão desde o superficial até o essencial, no entanto, a fase inicial pela qual passam os aspirantes á Iniciação são basicamente as mesmas diferindo pouco de uma pessoa para outra já que o domínio e “Morte do EGO’’ constitui-se um dos principais (se não o principal) objetivo da caminhada iniciática de modo geral. Assim temos que para ser iniciado não basta simplesmente bater a porta do Templo, é preciso muito mais; é necessário que demonstre ter condições de ultrapassá-la, afinal, a Iniciação só é dada para aqueles que estão karmicamente afeitos a ela e estando deverão conquistá-la com o preço de sua busca e encontro pessoal. Essa conquista, bem o sabemos, é delicada até mesmo em sua concepção por parte do aspirante á Iniciação, afinal, nada seria mais lógico para o aspirante do que desejar voar para a condição de Iniciado sem grandes esforços; Assim poderíamos traçar aqui como se desenrola normalmente os primeiros passos do aspirante para que se possa ter uma noção do quão delicado, mas importante, é o caminho da Iniciação.

 

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