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Esu (Exú) e Ganesha

Olá amigo leitor!

De acordo com a mitologia hindu, Ganesha é o primeiro filho de Shiva e Parvati, sendo considerado, até os dias atuais, um dos deuses mais importantes desta cultura. Ganesha também é conhecido como o “Destruidor dos Obstáculos” (Vinayaka) e é considerado o símbolo máximo da consciência lógica.

De acordo com a mitologia Iorubá, ESU YANGI é a primeira forma de Esu (Exú) e lhe confere a qualidade de IMOLE ou “Divindade”, vejamos o que os Ritos da Criação, segundo o Credo Iorubá nos diz:

“O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles mesmos transformou-se em lama. Dessa lama originou-se uma bolha ou montículo, a primeira matéria dotada de forma, um rochedo avermelhado e lamacento.

Olorun admirou esta forma e soprou sobre o montículo, insuflando-lhe Seu Hálito e lhe deu vida. Esta forma, a primeira dotada de existência individual, um rochedo de Laterita, era ESU YANGI.”

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A Umbanda e o Sincretismo Religioso

Quando a diversidade de costumes, crenças e tradições de diferentes povos foi trazida ao Brasil, deu origem ao que hoje conhecemos como a cultura brasileira, mesclada e diversificada.

Essa mistura se reflete nas diferentes áreas da tradição de nosso povo, mas neste texto, será dada maior atenção ao que chamamos de Sincretismo Religioso.

O que é o sincretismo religioso?

Quando os povos negros foram trazidos da África pelos navios portugueses carregaram consigo sua própria cultura e tradição que, durante o cativeiro nesta terra que lhes era estranha, acabaram por mesclar-se e confundir-se com a cultura dos nativos que aqui viviam e posteriormente com a religiosidade dos próprios colonizadores.

Três eram os grandes grupos etnolinguísticos forçadamente trazidos às terras conquistadas por Portugal: os Bantu (majoritariamente oriundos de Angola e Congo), os Nagôs (Togo e Benim) e os Jeje em menor número (também Benim, antigo reino conhecido como Daomé). Cada um desses grupos etnolinguísticos eram formados por diferentes povos que possuíam crenças muito parecidas. Na verdade, as três grandes nações possuíam divindades interessantemente semelhantes e esse pode ser um dos motivos pelos quais estas foram, não sincretizadas propriamente falando, mas assemelhadas.

Citaremos os diferentes tipos de divindades relativas aos credos de cada nação:

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Os Orixás e as Divindades Orientais

 

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 Olá amigos e amigas! Como já dizia Matta e Silva a Umbanda ressurgiu aqui no Brasil, seu marco oficial é Zélio Fernandino de Morais. Aqui, estamos falando da Umbanda quanto movimento e também de seus aspectos exotéricos. Gostaríamos de esclarecer ao amigo leitor que, a Umbanda, já nasceu ou ressurgiu com todos os símbolos que nela encontramos hoje, nas mais diferentes escolas e sistemáticas de ritualização e, por isso, a Umbanda não é uma religião sincrética, pois imagens de santos, orixás, tambores, símbolos de matizes indígenas e orientais sempre estiveram dentro dos ritos Umbandistas desde seu ressurgimento no Brasil, tudo muito bem alinhado e coerente.

É necessário que o leitor amigo compreenda que o sincretismo surgiu da necessidade de aproximar religiõesogum divergentes e que não se comunicavam entre si. Daí, por exemplo, o Candomblé encontrou meios de se fazer entender através do sincretismo com os símbolos católicos. O leitor amigo sabe que o Orixá Ogum é sincretizado com São Jorge. Isso não quer dizer que Ogum é São Jorge; essa relação, em seu aspecto mais externo, foi feita para demonstrar características do Orixá Ogum que são comuns às de São Jorge e, assim, promover, aqui no Brasil, uma identificação, ou seja, a capacidade do povo daqui entender e se ligar ao sagrado através da correspondência entre algo que não conseguia entender (o Orixá Ogum) e algo que lhe era conhecido e despertava a sua fé (São Jorge).

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Preto-Velho

604129_672945512819775_8341123969396098405_nPreto-Velho quando vem, vem beirando a beira mar
Bota a canga no sereno, deixa a canga serenar!

Este ponto, simples e profundo, nos mostra que, para a chegada dos Pretos-Velhos, seus médiuns (cavalos) devem deixar a ‘canga’ (cabeça) serenar.

Os Pretos-Velhos ou Pais-Velhos são espíritos da linha de Yorimá. Nossos queridos e conhecidos Pretos e Pretas-Velhas, os Senhores da Sabedoria, verdadeiros Mandingueiros de Luz.

YO – POTÊNCIA; ORDEM; PRINCÍPIO
RI – REINAR; ILUMINADO
MA – LEI; REGRA

YORIMA, portanto, traduz: Princípio ou Potência Reinante da Lei.

Yorimá é o mesmo Obaluaiê (Oba Olu Aiye), são mais conhecidos assim na Umbanda e no Candomblé.

Devemos entender que, toda religião possui seus aspectos exotéricos (externos) e seus aspectos esotéricos (internos).

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