A Queda do Sacerdote

Viver na Umbanda sabemos não ser fácil, quiçá ser Sacerdote. Todos nós, os adeptos, temos um karma passivo a ser aniquilado e a nossa religião permite, com muita clareza e destreza, que esse seja fortemente vivido e potencialmente combatido. Todas as dores hão de ser dissolvidas e todas as tristezas, aniquiladas.

Devo ressaltar: tenho visto, desde há alguns anos, médiuns possivelmente aptos a adentrarem os meandros da iniciação, caírem devido à má e incauta condução de seu iniciador. Movidos pelo ego, pelo orgulho, pela vaidade, pelo egoísmo e pela inação, acabam por extirpar a vida espiritual de um filho seu. Vários são os desviados de sua promessa divina de cumprirem com exata precisão o compromisso que assumiram anteriormente e, por erros e deslizes do condutor, esses acabam por acumularem mais karma em débito nesta vida.

O discípulo precisa do Mestre assim como o Mestre precisa de seu discípulo, não é à toa que existe a máxima: quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece e nessa troca de intenções e tarefas, o exercício do que foi prometido acontece.

O Sacerdote que não cumpre com louvor seu pacto com o Astral assume, após desencarnar, essa responsabilidade de esclarecer em tribunais kármicos, o que fez para que aquele médium disposto a exercer a tarefa, fosse declinado de seu caminho.

Devemos estar sempre atentos aos sinais que neste ínterim acontecem: seja por um sonho, seja por uma conversa, seja por um símbolo que te remete novamente à trajetória, seja por um ato falho. Tudo é caminho.

Vi inúmeros caírem e devo dizer com critério máximo, que hoje encontrei minha verdadeira morada, aquela que faz valer todos os acordos e pactos de outrora feitos e com todos que a circundam. Eu não desisti, eu insisti, persisti e consegui.

Médium de Umbanda, não desista. Esteja atento aos sinais que te chamam e quase imploram por sua volta. A queda do outro não significa a sua queda. Cumpra seu destino, sua missão.

Yarataci (Renata Issa)

 

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