Arquivo mensal: agosto 2015

SADHANA – A Meditação como Prática para atingir a Iluminação: uma visão Umbandista – Parte 1

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O termo sânscrito sadhana — derivado de sadh, chegar ao objetivo — pode ser traduzido como meio de se realizar. No Budismo, as sadhanas são textos litúrgicos para a prática de meditação, desde a visualização das divindades meditacionais até a dissolução final, em meditação não-conceitual. Para praticar uma sadhana, é essencial que se procure um professor qualificado de quem se possa receber as iniciações e ensinamentos orais.

Aqui, trataremos sobre esta prática sob a ótica Umbandista, de acordo com os ensinamentos de nossa Escola.

As sadhanas são geralmente divididas em três etapas:

  1. No Estágio Preliminar (sânsc. purvagama), toma-se o refúgio Vajrayana e se desenvolve a bodhichitta, a mente que aspira alcançar a iluminação para trazer benefícios a todos.

Dentro na nossa Escola, aprendemos que este primeiro estágio é um estágio de preparação. É fato que o Ser Humano vai acumulando dentro de si pensamentos, sentimentos, frustações, situações mal resolvidas, questões mal elaboradas, dentre outros…

Deste modo, este primeiro estágio, é extremamente importante, pois o praticante estará deixando todos esses pensamentos e sentimentos fluírem, ou seja, eles passarão por sua cabeça e seu coração e vão sendo liberados. Tenha a consciência de que você quer se livrar de tudo isso… De toda essa atribulação…

Neste primeiro estágio, o praticante senta-se em local adequado e confortável e deixa a mente viajar, não bloqueia nenhum pensamento ou sentimento que afloram. É importante que eles fluam. Isso vai efetuando uma espécie de limpeza interna, pois o praticante vai “esgotando” todos esses pensamentos e sentimentos que vão se acumulando dentro de si no decorrer de sua vida…

Toda sorte de pensamentos e sentimentos aflorarão, não brigue com nenhum deles, não ignore-os, não tente guarda-los novamente evitando encará-los. Faça as pazes com tudo isso e se liberte de tudo… Conseguindo isso, perceberá que nada disso o incomodará mais.

Você está caminhando dentro deste primeiro e importante estágio, voltando os olhos para si mesmo, se reconhecendo e se conhecendo. Fazendo as pazes com tudo aquilo que, mesmo inconscientemente, o incomoda. Que o impede de voltar sua atenção e sua concentração para outras coisas. Lembre-se: Conhece-te a ti mesmo e conhecereis o universo e os deuses.

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TARÔ: uma visão esotérica

arcano 1 O MAGOArcano 1 – O MAGO

Olá amigos leitores, o intuito do presente estudo é levantar alguns véus acerca do estudo profundo do Tarô. O intuito é incentivar o amigo leitor e estudioso a buscar mais profundamente os ensinamentos velados nessas cartas…

 Todos sabemos que o Tarô é composto por um conjunto de 78 cartas. É aceito, pela maioria dos estudiosos que este conjunto de cartas se dividem em Arcanos Maiores e Arcanos Menores da seguinte forma: 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores…

No entanto, de acordo com nossos estudos entendemos que esta divisão se trata de um equívoco, pois os Arcanos Maiores não são 22, mas sim os Arcanos Principais do Tarô…

Estas 78 cartas são divididas da seguinte forma: 21 Arcanos Maiores e 57 Arcanos Menores. Vejamos:

78 = 7+8 = 15 = 1+ 5 = 6

21 = 2 + 1 = 3

57 = 5 + 7 = 12 = 1 + 2 = 3

Ou seja, a soma dos Arcanos Maiores é igual a 3 (o triângulo para cima) e a soma dos Arcanos Menores também é 3 (o triângulo para baixo) que, juntos formam a estrela de seis pontas (a soma do número 78 = 7+8 = 15 = 1+ 5 = 6 que é o total de cartas).

Ademais temos 21 Maiores e 57 Menores (57 = 5 + 7 = 12), ou seja, temos 21 e 12.

21 e 12 somados é 33 (a idade do Cristo Jesus, quando foi crucificado, nota-se então que estes arcanos encerram um mistério muito profundo acerca da vida, da criação, da transformação…)

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O que realmente são os Eguns?

eguns

Falaremos um pouco de Egun, lembrando que apenas uma divindade conheceu o mundo como os homens conhecem e apenas Ele esteve e voltou do mundo dos mortos e é por isso que é chamado de “Rei do Mundo”, segundo a Cabala e os Itans mais profundos, ligados aos arcanos da Morte, do Mundo e do Julgamento, Ogbé-Fun, Ireté-Iwonrin, e outros. Mas isso é Awo, como se diz na linguagem do santo, é coisa a ser compreendida dentro dos templos e através da iniciação e não em cursos de final de semana e em “faculdades” de Umbanda, como se Umbanda e religiões afro-brasileiras se aprendessem em academias.

 A ideia geral e corrente de Egun (que entre os Bantu são chamados de Vumbi) é a de um espírito desencarnado, o que nos remete, obviamente, a relacionar Caboclos, Pretos Velhos e Crianças como Eguns. Realmente eles o são e é aí que a confusão começa, já que muitas pessoas relacionam os Eguns tão somente a espíritos atrasados. Esta é apenas uma das classes de Eguns, genericamente espíritos ancestrais de várias categorias. Poucos sabem que nas tradições antigas existiam TRÊS categorias de Eguns, ou espíritos ancestrais ligados aos homens e ao caminho da civilização em seus vários níveis:

1) Os Baba Egun, que são os antepassados ilustres,aqueles que já conhecem o “outro lado” e já possuem uma posição definida no mundo astral, senhores de raça, de civilizações e de grupos humanos antigos. Estes são os que podem ser identificados – até certo grau, e acima de certa fronteira – como nossos Caboclos, Pais Velhos e Crianças e podem até mesmo ser assentados com o rito correto, com seus fundamentos de louça, de madeira nobre (cedro e outras) e seus objetos de poder. Nota: os Egun Apaaraká são a representação ritual dos Eguns que não falam e que não possuem suas bandeiras de identificação (os Bantés), mas se tornam, um dia, Baba Eguns. Traduzem apenas um momento da iniciação ainda não completa do Culto Lexé Egun.

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