Cântico de Ayan

 Assentamento de Ayan – Templo da Estrela Verde São José do Rio Preto/SP – Brasil
“Eu canto no interior do tambor de guerra…”
“Para que o senhor dos trovões venha até o mundo…”
“Eu canto no interior do tambor de guerra…”
“para que senhor dos trovões venha até o mundo…”
“A discórdia e o rancor não deveriam habitar a boca dos homens…”
“A discórdia e o rancor não deveriam habitar a alma dos homens…”
“Quando os homens tocaram com raiva…”
“O útero das mulheres chorou…”
“Quando os homens tocaram para a guerra…”
“O útero das mulheres chorou..”

“Pois as mães viam seus filhos morrendo ao som do tambor…”
“Os pais viam seus filhos morrendo ao som do tambor…”
“Eu canto no interior dos tambores de guerra…”
“Para que o senhor dos trovões venha até o mundo…”
“Ele trará seu machado…”
” E cortará o tambor ao meio…”
“Ele trará seu machado…”
“E vingará os úteros que choraram a primeira e maior das guerras…” Continuar lendo

Sobre o uso de Charutos, Cachimbos, Cigarros de Palha, Cigarrilhas, Bebidas, Amuletos, Fitas, Ervas e tantos outros Símbolos Primordiais pelas Entidades

Não é de se espantar que muitos atribuem aos instrumentos particulares de cada Entidade em seu trabalho, como algo ainda primário e não evoluído. Não é bem assim, não.
Os artifícios que Eles se apoderam é, muitas das vezes, para fins magísticos e curadores. Desagregadores e, em alguns casos, agregadores. Ativação, neutralização, harmonização, elevação e tantos outros métodos utilizados. Um bom exemplo: o marafo, tão negativamente avaliado, infla o campo astral do médium, tornando-o “gigante” por assim dizer, para que possa, com êxito, enfrentar os kiumbas e toda a sorte de negatividades decorrentes dos que ali se consultam. A Entidade ao oferecer o marafo ao consulente: 1. traz força e vitalidade; dinamiza o campo astral; revitaliza o aura da pessoa. 2. o consulente relaxa e traz à tona situações obscurecidas do inconsciente, sejam elas afetivas, profissionais, pessoais e até mesmo de saúde, o que facilita a atuação da Entidade. 3. Muitas vezes a Entidade se utiliza até mesmo para satisfazer os desejos do baixo astral, que o consome e têm agraciados seus ímpetos de vontade desequilibrados. Em seguida, esses espíritos trevosos são encaminhados para regiões cabíveis e que recebem o tratamento adequado.
São muitas as explicações.

Um outro pormenor cabível de ser relatado é quando se faz necessário IMPRESSIONAR e isso leva a crença e confiança na atuação das Entidades. É IMPRESSIONANTE o fato de um Guia beber um ou mais engradados de marafo e sequer, quando desincorporado, o médium está alterado de suas faculdades mentais, emocionais e físicas. São muitos os relatos e vamos nos fazer valer de um: Mãe Cacilda que “recebia” SEU SETE DA LIRA e que ingeria muitos e a perder de vista, marafos. Mas eram, mesmo, várias caixas e NUNCA se ouviu falar de embriaguez. É, minha gente, as incorporações de fato e de verdade estão aí para comprovar portentosas mediunidades.

Continuar lendo

O Sol – Arcano XIX

Bom dia amigos e amigas! Esta carta representa a superação de sua antecessora, a Lua. Momento no qual os opostos instintuais (os lobos) que uivam e contemplam a Lua (ilusão) emergem transformados em duas crianças nuas (um menino e uma menina). Espírito e matéria se reconhecem e estão em harmonia (É o momento em que o Príncipe da Eternidade beija a Rainha do Mundo (a compreensão do corpo e da alma como iguais interagindo harmoniosamente)). O Sol aparece em toda a sua glória e derrama suas bênçãos sobre elas. Saímos de um mundo escuro, ilusório e complexo para adentrarmos em um mundo iluminado e simples. Segundo Nichols “a vida já não é um desafio que precisa ser vencido, mas uma experiência para ser desfrutada”.

O Sol espiritual surge trazendo a luz da compreensão.
Em seu livro The Savage and Beautiful Country (p.156), Alan McGlashan chama a esta área de experiência o “clima do deleite”. Em seguida, ensina-nos entrar no jardim ensolarado:

“O deleite é um segredo. E o segredo é este: crescer em silencio e prestar atenção; parar de pensar, parar de mover-se, quase parar de respirar: criar uma quietude interior em que, como camundongos em casa deserta, as capacidades e percepções demasiado inconstantes e fugitivas para o uso diário podem emergir delicadamente. Oh, deem-lhes as boas-vindas! Pois estes são os filhos há muito perdidos da mente humana. Deem-lhes íntima e amorosa atenção, pois eles estão enfraquecidos por séculos de descaso. Em troca disso, eles lhes abrirão os olhos para um novo mundo, dento do mundo conhecido, tomar-lhes-ão as mãos, como fazem as crianças, e os levarão para onde a vida está sempre nascendo e o dia está sempre despontando”.

Continuar lendo

O Fogo do Exu

 

Ouvi certa vez por Exu Sr…

O fogo tem três propriedades fundamentais na Umbanda: a de iluminar e aquecer, para os amigos; a de alertar e avisar, para os incautos; e, quiçá, a menos empregada, mas às vezes necessária, é de fulminar e destruir, para os opositores.

Muitos de nós pensa, que são apenas os inimigos externos – os outros -, que serão aniquilados, mas há um grande equívoco aí: os maiores males e imperfeições que Exu vem destruir residem justamente em nosso interior, tudo aquilo que nos impede, potencialmente, de alcançarmos a SABEDORIA na mente, através da ilusão, do erro, da confusão; de alcançarmos a BONDADE no coração, através da tristeza, do ódio, da negação ao bem; de alcançarmos a ATIVIDADE no corpo, através de toda a sorte de prisões como automatismos, condicionamentos, preconceitos. Tudo isso Exu considera nocivo e extirpador de qualquer atividade saudável nos 3 organismos básicos do ser humano (mente, coração e corpo).

Continuar lendo

Sejamos um conta gotas!

 

Muitos de nós pauta suas vidas nos acontecimentos muito imprecisos e muito imediatos e se esquece de que, para a caminhada ser efetiva e eficaz, precisa criar raízes. Precisa de tempo, precisa de espera paciente.

Toda planta necessita de adubo para florescer, de água para ramificar, de Sol para fotossintetizar e de tantos outros fatores naturais que não são acelerados quando da sua ordem natural e biológica.

Certa vez, ao tomar um remédio com um conta gotas (talvez o apelidasse de conta horas) pensei em como pautamos, por vezes, nossas vidas em resultados imediatos e urgentes, esses, em sua maioria, sem precisão cirúrgica. É 8 ou 80. Agora ou nunca! Vai ou racha! Não inventamos modo algum de desenvolvimento paulatino, é sempre tudo tão urgente! Tudo tão atropelado, tudo tão desastroso.

Continuar lendo

O que é Inteligência Emocional?

Dizem que o caráter de uma pessoa se forma através de experiências vividas profundamente e, que sendo assim, tem a capacidade de moldar o seu ser e a sua inteligência emocional.
Inteligência Emocional é um termo muito discutido atualmente.Mas o que vem a ser isso?

Entre tantas definições, a mais simples e que é um conceito em Psicologia, descreve a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles construindo relações saudáveis e fazendo escolhas conscientes. Quem tem Inteligência Emocional sabe pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas.

A Inteligência Emocional age diretamente no cérebro emocional dos indivíduos, buscando as raízes mais profundas na vida da pessoa, neutralizando as emoções negativas que produzem comportamentos destrutivos e potencializando as emoções positivas para gerar resultados desejados.

Racionalmente, ninguém escolheria ser ansioso, depressivo, explosivo ou ferir alguém que ama, mas a maioria das pessoas faz isso constantemente.

De modo geral, isso acontece porque o cérebro emocional é muito mais rápido que o cérebro racional. Enquanto as emoções levam o ser humano à ação, sua razão continua pensando e analisando. Nesse sentido, uma pessoa com emoção exacerbada e em desequilíbrio, facilmente entra num processo de agressão ou autoflagelo.

A Inteligência Emocional é composta por uma série de habilidades que possibilitam uma vida mais equilibrada. Ao desenvolver competências como o autoconhecimento, por exemplo, é possível conseguir um reconhecimento dos seus comportamentos, limitações e habilidades. O autoconhecimento é um dos pilares fundamentais para desenvolver a Inteligência Emocional e, assim, permitir que o indivíduo olhe para as próprias emoções e entenda como são suas reações diante de cada uma delas.

Citaremos aqui algumas dicas para desenvolver o autoconhecimento:

Continuar lendo

Pessoas fortes não derrubam as outras, elas as levantam

Todo aquele que busca o autoaprimoramento e o crescimento espiritual é incentivado a trilhar um caminho de autoconhecimento. Neste caminho, aprende-se também a enxergar o outro e a reconhecê-lo, mas somente enxerga-lo não é o suficiente. O autoconhecimento passa pelo desenvolvimento da compaixão (que é o amor pelo outro. Faz parte da natureza profunda do espírito e surge da interconexão com todas as coisas).

Quando se consegue isso nessa jornada de autoconhecimento um pesado véu é desvelado e a realidade espiritual se revela para aquele que é merecedor…

Trilhar esse caminho requer atenção em todos os momentos de nossas vidas. Ser bondoso e caridoso em momentos e situações específicas é fácil.

Díficil é ser compassivo em situações que nos levam ao limite, em situações estressantes e que fogem da nossa capacidade de compreensão. Em situações em que as pessoas agem em discordância com nossa maneira se ser, pensar e agir.

Amar quem nós gostamos, quem nos agrada ou concorda com a gente é fácil, quem está bem arrumado, é asseado e agradável aos olhos…

Continuar lendo

Paz

“Aqueles que estão livres de pensamentos rancorosos certamente encontram a Paz” (Sidarta Gautama – Budha)

Em um rito de Umbanda os Mentores Espirituais seja Caboclo, Preto-Velho ou Criança sempre nos acons

elham a não sermos rancorosos e nem guardarmos mágoas de ninguém. Esse comportamento só nos traz Sofrimento.

Em sua infinita sabedoria essas entidades nos acolhem e vão nos mostrando uma outra realidade; nos despertando para compreensões que o rancor, a mágoa, a raiva, dentre tantos outros sentimentos negativos nos impedem de enxergar e compreender.

Como ter Paz se internamente estamos repletos de conflitos, rancores, mágoas e insatisfações? É muito angustiante não saber ou não compreender o motivo da infelicidade.

Continuar lendo

Umbanda – uma religião brasileira

Revelada nos princípios da história humana, a primeira tradição retorna rumo à síntese do conhecimento

Muitas pessoas, acreditamos nós, por total desconhecimento dos aspectos mais profundos da Umbanda cismam em dizer que ela se trata, tal e qual o Candomblé, de uma religião oriunda da África e nada mais além disso; outros dizem ser a Umbanda uma mistura desconexa de religiões, alguns achando que podem abarcá-la como mero apêndice de um outro sistema ou dogma, olhando-a como se esta fosse a pequena ignorante que precisa ser doutrinada. Ao irmão de fé que ora me lê nessas linhas, peço que redobre sua atenção e abra sua mente, procurando dentro da lógica e do bom senso, raciocinar comigo a respeito da brasilidade e da ancestralidade da Umbanda como religião, ciência, arte e filosofia.

Primeiramente direi aos que acreditam ser a Umbanda de origem africana que, até o presente momento, NÃO EXISTE nenhum sistema religioso, culto ou seita conhecida, praticada por aquelas plagas com o nome de Umbanda, ou mesmo Kimbanda encontrado, estudado e divulgado a todos pela Comunidade Científica; essa ausência de uma corrente religiosa que se assemelhasse a ela nas terras africanas já havia sido constatada e divulgada pelo Mestre Matta e Silva em suas obras sobre o assunto. Para que se confirme essa afirmativa basta que o leitor procure ler as próprias obras de Matta W. W. e Silva bem como também outros autores como Nina Rodrigues, João do Rio, Manoel Quirino, Roger Batisde ou Donald Pierson, pesquisadores de nome e antigos o bastante para encontrarem os cultos africanos ainda em sua pureza visto que as obras de Nina Rodrigues, o mais antigo desses autores,  – “Os africanos no Brasil” e “L’ Animisme Fetichiste de Negres de Bahia”datam respectivamente de 1894 e 1900. Ora, é óbvio que estes pesquisadores encontrariam a palavra Umbanda, ou mesmo alguma variação dela, dentro destes Cultos de Nação africana e não deixariam de registrá-la, uma vez que se trata de um termo ligado a processos religiosos e que jamais passariam em branco por um pesquisador zeloso.

Em segundo lugar direi aos que acham ser a Umbanda uma mistura desconexa de várias religiões e que por ser humilde deve ser “doutrinada”, o seguinte: a Umbanda parece ser uma mistura de religiões exatamente por ser ela a origem primeira e a causa de TODAS AS OUTRAS CORRENTES FILO-RELIGIOSAS DO PLANETA, ou seja, tal qual uma espiral, todas as correntes religiosas, científicas, artísticas e filosóficas convergem para um único ponto e este ponto é a Umbanda, que, escoimando o joio do trigo, a verdade da impostura, vai traduzindo o que cada uma destas correntes tem de melhor no intuito de realizar a síntese maior do conhecimento humano – o AUM BHAN DHAN.

Analisemos juntos, com a lógica e a razão, a incontestabilidade destes fatos. Para tanto, retornaremos no tempo até a época em que a terra ainda se encontrava debaixo de tempestades terríveis e ainda não havia nenhuma forma de vida complexa nos mares do planeta. Apenas os primeiros protozoários e algas microscópicas eram os habitantes do globo, fruto já de inúmeras combinações químicas e físicas que a atmosfera carregada eletricamente potencializava, gerando no oceano os primeiros habitantes de nossa casa planetária. Após muito tempo de  tempestades, as primeiras porções de terra firme se elevaram do oceano dando condição de os primeiros seres saírem dos mares e pântanos e evoluírem na direção dos animais superiores. Não cabe aqui explicar pormenores da biologia ou da evolução das espécies. Lançarei apenas uma pergunta ao leitor atento que poderá pesquisar a respeito: Qual a porção de terra do planeta que é considerada a mais antiga e por isso a mais firme, isenta de terremotos, vulcões e outros cataclismas ? sim meu caro leitor, é esta mesmo onde agora pisas, o Brasil, mais especificamente o Planalto Central Brasileiro, dito por muitos como o “Coração do Mundo”.

Continuar lendo

A Capoeira e seus Aspectos Religiosos

Falar de Capoeira é falar de uma luta que se dança e que expressa movimentos que de alegoria nada tem.

No decorrer da história da nossa humanidade podemos encontrar momentos em que o “muro infinito” que separa as realidades inexistia e o homem possuía claro contato e entendimento dos mistérios que o envolvia até que em dado momento, movido pelo orgulho e por outros sentimentos negativos, o homem acaba trazendo para si as vantagens de seus conhecimentos esquecendo os reais objetivos e valores do Sagrado; dado o feito se criaram as ciências ocultas como forma de preservar o conhecimento original, ciências essas nas quais várias religiões beberam, e bebem, se mantendo assim até hoje. A música, a dança, as pinturas, as cantigas, são codificações do Sagrado e nessa perspectiva a capoeira também é uma codificação, ou para alguns decodificação, do Sagrado que se manifesta através do movimento, do som, e também da luz já que se analisarmos os princípios básicos da criação do universo veremos que luz, som e movimento são reações conjuntas sendo que dentro da capoeira a luz estaria presente na honra, na ética e na seriedade com as quais a capoeira se expressa.

A Capoeira tendo nas origens de seu surgimento a cultura afro-brasileira, além de outros elementos que a compõe, possui a religiosidade como um dos pilares de sua base. Aqui vamos nos ater nos pontos de contato da Capoeira com os terreiros considerando-se as práticas religiosas existentes hoje no Brasil, do Candomblé á Umbanda.

Na prática da Capoeira destaca-se a musicalidade por meio dos cantos, das ladainhas e dos instrumentos conhecidos como o berimbau, atabaque e pandeiro, tocando em harmonia para marcar o ritmo do jogo demonstrando estreita relação com aspectos religiosos afro-brasileiros. Nos terreiros de fundamento, nos ensina a tradição, encontramos o trio de atabaques, Rum, Rumpi e Lê, tocando em harmonia, cada um ao seu toque específico mas todos numa comunhão de significados.

Infelizmente alguns grupos de Capoeira moderna perderam esta harmonia na qual o berimbau, o atabaque e o pandeiro deveriam, cada qual em suas variações, formar uma melodia perfeitamente encaixada, que se traduziria em uma musicalidade formada de sons estéreos.

É muito comum hoje observarmos os três instrumentos da Capoeira tocando de forma igual, o canto fora de tom e o jogo num passo totalmente fora do ritmo. Se avançarmos mais um pouco para algumas tradições da nossa Umbanda também poderemos chegar a um paralelo no qual vemos os cursos de curimba ensinando que os três atabaques devem soar em tons iguais e no mesmo ritmo. Neste ponto já podemos formar um paralelo com os toques de Nação que se encaixam em um só; ritmos que, apresentados em suas variações, constituem a essência do toque, canto e dança. Continuar lendo